Como é que alguma vez poderei
Pagar o dinheiro com aquilo
Que não é meu? Apenas eu sei
O quanto me pertence, isso o aniquilo.
Mas agora, como pode o Estado
Extorquir o que não me pertence?
Que outro nome se dá, para que lado
Foge o gatuno, roubando ao que vence?
Se me deixo ficar já sem a carteira,
Perco o que me faz falta. Mas a malícia
Dos que perseguem quem armou a ratoeira
É que é castigada com bastões de polícia.
Se há aqui alguma justiça, é negra
Como as nódoas que deixam ficar
Na pele dos estudantes. Se há regra
É apenas a de agredir sem parar.
25.11.1993
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