quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Uma Gaivota

«Uma gaivota que passa,
E a minha ternura é maior.»
Ode Marítima, Álvaro de Campos


Uma gaivota majestosa
Voava pelo céu desgostosa
Em terra catava lixo
Na água nada achava.

Um dia de liberdade ecoava
Pelos ares, ainda sobrevoava
Sobre sete mares, gritava
Uma gaivota, voava, voava.

Em bando,  gaivotas todas
Unidas gritavam pelo Planeta,
Terra mãe desventrada,
Quando será por fim libertada?

26.04.2019

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Intelectual
















In: "Devaneios a Oriente", 2019.01.30


Olhar vagaroso sob lentes grossas
De óculos com aro de tartaruga,
O intelectual discorre sobre causas nossas
Com a sabedoria popular do bom portuga.

Refugiado na hemeroteca, secção de reservados,
Mergulhado entre mil capas de livros e periódicos,
Relendo artigos do Maio de 68 de autores consagrados
E sobretudo acerca do Abril de 74 em tiques metódicos.

Pigarreando antes de falar, tossicando,
Febrilmente a acção dos outros determinando -
Sim - porque a sua, para pormos os pontos nos iii
É, na teoria, o critério da verdade, chamada praxis.


10.04.2019






domingo, 3 de março de 2019

Segurança no Trabalho

Praia do Morro, Guarapari, Espírito Santo, Brasil



Quem melhor que ninguém vai avaliar
As condições de segurança para garantir
Proteção contra riscos que possam afetar
O trabalho e o modo certo de o conduzir?

O que começou por ser livre iniciativa
Rapidamente decaiu em escravidão,
Pelo que somos forçados a decisiva
Tomada de bem ponderada decisão.

Tudo isso foi na praia uma caminhada,
Gozo duma paisagem ou ar da montanha,
Beleza inefável da natureza sem pagar nada
Que a vida em sociedade corrompe com manha.


02.03.2019

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Lusitania

Lusitania

You got those feelings that you never show,
But be sure, honey, that I know
I’ve been blind, I’ve been underground,
But I’m sure that I’ve seen you around.

So, I beg you to help me dear,
Because I can’t help it. I’ve felt the death so near
And no-one is blinder than he who will not see,
So, I show you dear, that no-one is blinder than me.

I’ve been bleeding in this stone,
I’ve been becoming a bone;
I am so dry, so don’t tell me no lie,
Because I feel that soon I’ll die.

Come on! Take me home,
I’m sick of beeing a stone,
And I’ve been dying all alone,
And still you’ve got those feelings that you never show. 


Lusitania


Goodbye, Tripman.
I wish you had never been so far.
I don’t want you to become what I am,
And you shouldn’t never have been as you are.

Goodbye, Ruby Tuesday,
I don’t want you to rip a joint, I don’t want to borrow 
My life. You shouldn’t ever made that trip, not before, not today,
And if you were smart, you’d never make that trip tomorrow.

Goodbye, man of the Stone Age
Pray to God so that He cures your stupid blindness.
You shouldn’t have become a bone, but you were wishing to be a sage.
So, take away that empty haze, and never live again so full of lifeless.


Lusitania

Alone
You left me all alone
Without any hope
Turn into stone
With a broken rope.

I’ve felt the wind
Wondering in the rain.
You’ve left me blind,
One of a kind,
Lost at last, lost again.

18.08.2004

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Baiana

S. Salvador da Baía - Cruz Caída / Tombada


Terra de luz
Nome do Senhor
Areia que reluz
Mar em Salvador

Baiana nossa capital
Tanto misticismo
Diferente e igual
Céu e abismo

Ali fomos, pelo mar
E por terra, descobrindo
Histórias de espantar
Tantas portas abrindo.

27.04.2014