sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A Moura e o Velhote

François Loubrieu in Derrida, Éperons, p. 55.


Talvez num breve momento
Eu regresse ao lugar que já esqueci.
Talvez transportado pelo vento
Consiga trazer o Passado até aqui.

Podia decidir escrever isto
Só para ti, velhote que nunca conheci
E sofrer neste vício em que insisto
E em que tantas vezes morri.

Mas pareceria insensatez escrever 
Para ti que meu parecer não vês
Mas que me descobres ao ler
E tu, que pareces, que és?

E poderia estas palavras revelar 
À minha moura amada.
Confiaria minha alma de pesar
A quem tem meu coração, calada.