A guerra acabou.
Aqui, um monte de escombros,
Acolá, uma vala de cadáveres.
Eu observo-os
Chegou agora
Um grupo de trabalhadores;
Eles sabem que
A vida é correr e trabalhar
Para na cova acabar
Eles, corruptos cadáveres.
E é a pura simplicidade:
Eu observo-os
Correram, apressaram-se
E agora, a guerra acabou,
E eles, os trabalhadores,
Jazem mortos nas trevas.
Quanto a mim,
Eu sombrio fiquei,
Observando-os correr;
A guerra foi só para eles.
Eu, que fui desprezado!
Agora, eles mortos estão,
Pela guerra ultrapassados
Loucos são eles, pobres soldados!
Eu observo:
Não lutei nem morri,
Porém fiquei,
E vivo não estou:
Escombros sou.
(O Livro dos Meus Poemas, E-A, s/d, pp. 36-37)