
Nadir Afonso, Cidades
Que importância têm para nós as coisas?
Haverá significado neste mundo material?
Todas as coisas estão no chão
Fui eu que as lancei, sem ser por mal
Partidas estão as louças, não fui eu não.
Ainda há aqueles que tudo fazem por dinheiro
E todos os que não se preocupam
Com o mal que fazem a si e aos outros.
Mas afinal haverá o que todos procuram?
Segurei os meus desejos presos dentro
De mim. Apodreci-os não os realizando.
Hoje, tenho a memória deste poema
E surpreende-me a incapacidade que enfrento
Sinto-me vagueando, perdido na arena.
Como alguma vez conseguirei a este conto
De fadas a que pertenço?
Príncipe de coisa nenhuma, rei sem trono,
Já está perdida a batalha que venço.
1993
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