
Quando analiso a qualidade da minha vida
Verifico que, na minha solidão, podia ter mais
Condições, ter progredido na profissão numa subida
Constante para níveis mais altos e benefícios reais.
Encontrei na simplicidade um contentamento
E na condição do sentimento a satisfação
De ter o suficiente, de viver o momento
E na beleza da poesia transvazar a emoção.
Porém, lembraram-me que a cultura não alimenta
E que todo o trabalhador deve dar à empresa
Muito lucro e que tudo o dinheiro movimenta
Para trás ficou esquecido o bem, o amor e a beleza.
Fui confrontado com uma sociedade que se destina
A objectivos técnicos, cuja posse pertence a donos
Que deixaram de ser os mesmos e mudou a rotina,
Tendo afectado a todos, a quem perdeu sonhos e sonos.
Mas, neste trabalho de Prometeu, a interminável vigília
Apenas veio demonstrar a terrível ilusão, o efeito
Pigmaleão de ainda não ser eleito para pertencer uma família.
2010-01-30
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